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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Medo de Amar!?




Todos os seres humanos têm um grande objetivo na vida: viver em estado de pleno amor. Talvez poucos o coloquem desta forma, mas o importante é a percepção da possibilidade de viver sem ter de se preocupar com o amor, pelo simples fato de tê-lo em abundância.
Infelizmente, a realidade da maioria é o permanente estado de carência, de miséria afetiva, conjugado com a solidão, com um casamento sem amor e com relações superficiais, sem um envolvimento profundo.
O grande medo do homem moderno é o de amar, que é tão grande quanto o medo de ser amado.
Cada um de nós sabe que amar alguém pode causar a sensação de fragilidade e dependência; a presença do outro torna-se vital, e a possibilidade de ser abandonado, a qualquer momento, fica tão ameaçadora que, em geral, as pessoas optam pela saída mais fácil, que é a de sabotar a possibilidade de viver um grande amor.
Isso cria um enorme dilema para o ser humano: querer viver um grande amor e procurar, o tempo todo, destruí-lo. Certamente, as tentativas de destruição não são feitas de modo deliberado, mas realmente o que conta é o resultado final.
O medo de amar é uma praga, uma erva daninha, que corrompe o coração da maioria das pessoas que vive se queixando de solidão.
Imagine o caso de uma amiga. É uma segunda-feira e você vê, ao longe, no corredor da faculdade, fábrica, escritório ou consultório a sua amiga Sueli. Ela está esplendorosa, radiante. Sua aura brilhante está à mostra, pulsando com todo vigor. Ao aproximar-se, você a cumprimenta com entusiasmo e pergunta o que está acontecendo.
Ela responde que encontrou o homem da sua vida, alguém inteligente, culto, sensível, bonito, que tem uma conversa com muita participação e respeito, um jeito másculo e sensual; fala do olhar meigo e penetrante do parceiro, do seu toque suave, dos seus abraços ( mais gostosos do que mergulho no mar em dia de sol ) e, para completar, diz:
" Não entendo como um homem tão legal ainda não se tenha casado! Agora que o encontrei, tenha a certeza de que vou fazer tudo para dar certo".
Ela se despede e você sai toda feliz, por ver que sua amiga, por fim, encontrou alguém que a motivasse a amar e a viver um grande amor.
Uma ou duas semanas depois, você a encontra outra vez e percebe que ela já não está tão brilhante. Seus passos não são tão firmes e, quando você lhe pergunta: " Como está indo o namoro do ano", ela, friamente, responde: "Está legal".
Você pensa: "Como um namoro com um homem tão sensacional, em menos de duas semanas, pode ficar simplesmente legal?"
Ela continua sua narração, dizendo: "Estamos nos dando conta de um monte de desacertos. Eu acho que ele me tolhe muito; estou me sentindo sufocada, mas vamos levando".
Vocês se despedem e uma série de imagens, de relações com pessoas especiais que você amou e das quais, por sensação de sufocamento, separou-se, começa a aparecer em sua cabeça.
Quando você a encontra, algum tempo mais tarde, ela está visilmente de baixo astral, com a aparência de que algo ruim aconteceu. Antes de você falar qualquer coisa, ela diz: "Não deu certo, nós nos separamos. Foi melhor assim; pelo menos nós nos respeitamos e não nos machucamos".
Sem mais comentários ela se despede de você; cada um vai para seu lado e você continua pensando como pôde acabar, tão rápido, algo que tinha tudo para dar certo.
Será que foi exatamente por que ia dar certo? Será medo de que desse certo?
Será que esse medo de amar existe mesmo?
Esse medo faz com que as pessoas arrumem desculpas e justificativas para explicar as suas inseguranças. Ele é parte da nossa vida. Negá-lo ou sair para as respostas fáceis é o que menos resolve. O melhor, sem dúvida, é estar atento para esse medo, dar um mergulho na própria vida e perceber que, no fundo, não importa quem seja o parceiro quando se está decidido a ficar sozinho, por medo de ser abandonado outra vez.
Certa vez, depois de um caso amoroso mal resolvido, um rapaz muito bem-sucedido nos negócios desabafou: “Meu coração secou e está fechado”. Em todas as ocasiões fazia o maior esforço para parecer seguro, autoconfiante. Estava convencido de que jamais deixaria alguém invadir novamente seu espaço, sua vida. Talvez imaginasse que, destruindo o amor antes mesmo de ele nascer, teria chances de sair “ileso” de qualquer relação. O medo de sofrer novamente por amor era tão grande que inviabilizava uma nova relação. Por medo de sofrer, condenou-se a sofrer todos os dias a dor da solidão.
O melhor, sem dúvida, é estar atento para esse medo, dar um mergulho na própria vida e perceber que, no fundo, quando alguém está decidido a ficar sozinho por medo de ser abandonado outra vez, não consegue mais enxergar o amor e tampouco tem olhos para a pessoa amada

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